quinta-feira, agosto 31, 2006

Janis Joplin: Cry Baby


Que dizer sobre esta grande senhora que mereceu o epíteto de "maior cantora branca de blues"? Que dizer quando se ouve alguém a cantar com tanto sentimento que nos toca no mais profundo da nossa alma?
Que dizer quando se ouve alguém a cantar de tal maneira que quando damos por nós temos lágrimas a caírem pela face?
Mais que todas até agora, esta foi a figura que mais me marcou. Quando ouço as suas canções é como se sentisse toda a dor que elas transmitem e a solidão que também tão bem conheço.
E como boa escorpiona que sou, de mim já chega.

Janis Lyn Joplin (19 de janeiro de 1943 - 4 de outubro de 1970)



Simplesmente a maior cantora norte-americana de blues, na minha opinião e na de muita gente, influenciada pelo rock e pelo soul, com uma voz marcante e que também chegou a compor. Joplin lançou quatro álbuns, desde 1967 até o lançamento póstumo do último em 1971.

Janis nasceu no St. Mary Hospital na pequena cidade de Port Arthur, Texas, nos Estados Unidos. Filha de Seth Joplin, um trabalhador da Texaco, tinha dois irmãos mais novos, Michael e Laura. Ela cresceu ouvindo músicos de blues, tais como Bessie Smith, Odetta e Big Mama Thornton e cantando no coro local. Joplin concluiu o curso secundário na Jefferson High School em Port Arthur no ano de 1960, e foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos. Desta época vem a história de ser proclamada vencedora de um concurso universitário "O Homem Mais Feio da Universidade".

Cultivando uma atitude rebelde, ou libertária, como ela se denominava - o movimento women's liberation ainda estava na sua infância - Joplin vestia-se em parte como os poetas da geração beat, em parte como as cantoras de blues que tanto a marcaram. Mudou-se do Texas para San Francisco em 1963, morou em North Beach, Haight-Ashbury e Corte Madera e trabalhou como cantora folk. Por volta desta época o seu uso de drogas começou a aumentar, granjeando-lhe a reputação de "speed freak" e usando ocasionalmente heroína. Este uso de drogas chegou a ser mais importante para ela do que cantar, e arruinou a sua saúde. Além disso, Janis sempre bebeu muito em toda sua carreira, sendo a sua preferida Southern Comfort.

Como muitas outras cantoras desta época, a sua imagem pública diferia em muito da sua verdadeira personalidade. O livro intitulado "Love, Janis", escrito pela sua irmã, fez muito para desmistificar a sua vida e trabalho e revela Joplin como uma mulher muitíssimo inteligente, tímida e sensível, devotada à sua família.

Esta é das músicas que mais gosto dela, aqui numa gravação ao vivo de 1970, muito pouco tempo antes de morrer. Nota-se que já não estava muito bem, mas o sentimento, o "feeling" esse estava lá todo...

Janis Joplin: Cry Baby